dialogos
– E aí como vai?
- Não vou, já deixei de ir a muito tempo.
- ...
-----------------------------------------------------
- Oi cara, por onde tu andava?
- Por todos os lugares.
- Mas e como eu não te vi?
-----------------------------------------------------
- Onde é a saída?
- À esquerda da entrada
Eu era o vilão e acreditava ter um herói em mim vi minhas crenças fazendo as escolhas por mim, segui minhas emoções e me limitei aos limites alheios. Deixei pistas para me seguirem, sabia de erros morais em meus atos, nada anti-ético.
Fiz o meu discurso contando todo o plano maligno e ninguém apareceu, puxei a alavanca e fiquei olhando para a porta invés do raio laser indo lentamente até a cabeça dela, olhei pela janela que não quebrou e vi a rua deserta. Ela gritou esperneou, falou que seu salvador viria logo, pediu clemência, misericordia, e ofereceu abriu as pernas, jurou lealdade, e nada dele. Nada de misericordia
Com sorrisos amarelos segui aumentando meu currículo criminal, rendi o congresso e impus minhas próprias orem e progresso. Perverti em rede nacional, blasfemei na imprensa, desvinculei a igreja. Impus liberdade de expressão e ação, soltei os bandidos, fiz minha própria legião de malfeitores. Puxei o gatilho no Papa e proibi a religião. Imprimi meu rosto nas cédulas, nos cadernos da escola e botei meu símbolo em cada centímetro existente. Invadimos a ONU demos exemplo de barbárie, levantei monumentos para meus ídolos: Atila, Gengis Khan, Hitler, Pinochet, Mussolini, Stalin... fiz uma pra Mata Hari também. Tirei todo o dinheiro de todo, obriguei a paz, acabei com a fome, matei o Sarney, fui condecorado pelo Silvio Santos.
E o tal do herói? Nunca apareceu, reino absoluto na Terra. Talvez minhas crenças estavam certas.
O herói sou eu.
De nada